sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

B0LETIM COMUNITÁRIO
ASSOCIAÇÃO ANGOLANA PARA EDUCAÇÃO DE ADULTOS
EDIÇÃO N.º 6 NOVEMBRO – DEZEMBRO ANO: 2008







O Ndandu é financiado pela Íbis – Educação para o desenvolvimentoOs facilitadores são a mola impulsionadora para o sucesso do APLICA nas comunidades











O ano de 2008 foi para o povo angolano, de Cabinda ao Cunene e do Moxico ao Oceano Atlântico o de grandes realizações, principalmente na arena política, pois, os angolanos exerceram, pela segunda vez, o direito do voto para elegerem os deputados à Assembleia Nacional, com uma postura elogiada pela comunidade internacional.
O grande mérito, quanto a nós, foi mesmo a participação em massa das pessoas de vários extractos da sociedade angolana.
Contudo, essas realizações não constituem o fim da batalha, pois, o caminho é ainda recheado de tarefas conducentes á consolidação da democracia e o desenvolvimento de Angola.
Um dos pressupostos a se ter em conta é o pleno exercício de cidadania que passa por conhecimento das leis que regulam a vida em sociedade que só é possível com a educação e instrução.
É nesta senda que a Alfabetização Participativa Libertadora e Instrumentada por Comunidades Actuantes (APLICA) se propõe junto das comunidades.
Há que melhorarmos os nossos métodos de actuação, envolvendo todos na identificação dos problemas e encontrar possíveis soluções.
Contudo, as ferramentas para a maturidade dos indivíduos em qualquer sociedade adquirirem-se no dia-a-dia e na vivência prática aliado ás habilidades de leitura e escrita. Esse desafio já começou e só precisa do envolvimento de todos e, desde já cada um deve fazer a sua parte.

Contamos convosco.
A Redacção.
Ficha técnica

Propriedade: AAEA
Periodicidade: Bi-mensal

Endereço
Rua de Moçambique, casa n.º 152, Zona 1

Sumbe/Kuanza Sul
Angola
SUMÁRIO
2-Editorial
3,,4 e 5-O balanço encorajador ao APLICA no K.sul
6- Exercício de cidadania;
7- A dimensão do APLICA em 2008;
8- A importância do alho

















Balanço encorajador ao APLICA no K.Sul em 2008

O método APLICA conheceu, nos últimos tempos, uma evolução crescente nas comunidades e está a mudar a vivência individual, familiar e comunitária.
Esse ponto de vista pertence à Sidsel Koordt Vognsen, de nacionalidade Dinamarquesa, que esteve em Angola e no Kuanza-Sul em particular para constatar o desenvolvimento do método APLICA nas comunidades e tirar ilações sobre o impacto na vida real das pessoas participantes.
Durante o estágio, percorreu os círculos dos municípios do Sumbe, Porto-Amboim, Amboim e Kibala onde acompanhou como decorre o processo de alfabetização participativa.
Foram precisamente quatro meses para poder alcançar os objectivos do seu estágio e no final falou á reportagem do boletim Ndandu do que viu e ouviu dos participantes do APLICA, da AAEA, executora do processo e das Autoridades locais.
Eis a entrevista na íntegra:
PERGUNTA (P)-O que se oferece dizer sobre o processo e desenvolvimento do APLICA?
Sidsel (Sd) -Sinceramente, tenho a dizer que o processo APLICA é uma revolução que está sendo desencadeada nas comunidades e os resultados já são visíveis. Basta ver a forma como as pessoas estão motivadas em aprender a ler e escrever, como gerir os seus negócios, como solucionar os seus problemas, enfim, é um processo extremamente impulsionador.
P-Apesar dos êxitos que constatou não registou alguns fracasos?
Sd-Todo e qualquer processo, na sua implementação, tem sempre fracassos, o que é normal. Mas, o importante é que as pessoas têm a visão do que está mal e conseguem corrigir.
No entanto, devo dizer que se tenha em atenção a formação dos facilitadores, pois é deles que depende o sucesso.
Por outro lado, apelo no sentido de envolver ainda mais os participantes nas discussões e debates para o denvolvimento das comunidades.
P-Qual é o apelo para os participantes e Autoridades?
Sd-Em primeiro lugar devo dizer que os participantes devem valorizar o que fazem para que tenham resultados satisfatórios.
Por outro lado, as Autoridades devem apoiar o processo de alfabetização, pois é a chave para uma governação participativa que é um dos pilares da democracia.
Sidsel e o coordenador Aplica em conversa com o líder na Kibala
Finalmente, agradeço o carinho que me foi dado pelas autoridades sempre que me desloquei nos municípios e senti que há uma forte colaboração, nesse sentido.
Outro factor que vi, muito importante é a forma de as pessoas colaborarem para o mesmo fim.
Isso ajuda para a partilha de ideias e promove o engajamento e criatividade para que as metas sejam atingidas.

Sidsel, acompanhando uma reunião do círculo na Kibala
O meu muito obrigada a equipa técnica da AAEA, os facilitadores e participantes e felicidades para 2009.






DVV CONSIDERA POSITIVO O APLICA NO K.SUL
Em Setembro de 2008 os círculos APLICA, nos municípios do Sumbe, P.Amboim, Amboim e Kibala foram alvo de missões de avaliação, pela DVV, financiadora do projecto.
A conclusão tirada pela missão foi positiva, á julgar pelos resultados verificados no terreno em função das entrevistas efectuadas de forma colectiva e individual.
Foi constatado que o método está a reflectir na vida diária não só dos participantes, como das comunidades.

Exercício prático no chão com material local.
Participantes do APLICA, com o exercício da escrita de palavras, após os exercícios verticais e horizontais.
Aos 25 de Setembro de 2008, decorreu no escritório da AAEA K.Sul a avaliação intermédia do APLICA ao nível da província.
Participaram membros das equipas técnicas da AAEA/Luanda e K.Sul.
Foram destaque da avaliação, apurar junto do grupo alvo, das mudanças operadas nas suas vidas e o que esperam;
A equipa de avaliação constituída por Débora e Aurélia, avaliou sobre a capacidade institucional da AAEA e mostrou caminhos para a consolidação do processo.
Débora, técnica sénior da DVV, participante na avaliação falando à reportagem do Ndandu sobre o que viu e ouviu no terreno.
Segundo ela, volta satisfeita e encorajou a AAEA a caminhar com passos firmes
EXERCÍCIO DE CIDADANIA CONTRIBUI PARA A ATITUDE RESPONSÁVEL DE FORMA INDIVIDUAL E COLECTIVA.

Exercício de cidadania consiste numa atitude responsável dos cidadãos perante os factos que dizem respeito à todos.
Cidadania se adquire quando nos identificamos com as causas que dizem respeito à Angola e aos angolanos.
Entretanto, a nossa postura não deve ser arbitrária, mas sim de acordo os limites impostos pela Lei. Aliás, temos ouvido dizer frequentemente que “a nossa liberdade termina onde inicia a dos outros”.

Sobre este importante tema, procuramos saber do presidente de Direcção da AAEA que nos falou quanto é importante esse exercício para o desenvolvimento da democracia.
Vítor Barbosa afirmou que o exercício de cidadania contribui para uma governação participativa, cujos beneficiários são os governantes e governados.

ABORDAGEM APLICA E EXERCÍCIO DE CIDADANIA
Os círculos constituem os núcleos de debate sobre as necessidades de aprendizagem de leitura e escrita bem como para identificar e solucionar questões que afectam um determinado grupo ou comunidade.
Segundo Vítor Barbosa, os participantes dos círculos por se identificarem com as causas em comum e ao mesmo tempo procurarem soluções, tornam-se, finalmente, uma família.
O presidente de direcção da AAEA adiantou, por outro lado, que o pleno exercício de cidadania implica respeito, a partir de nós mesmos, para com os nossos vizinhos, com a nossa família, com os concidadãos e até com os povos de outros países.
Vítor Barbosa, presidente de Direcção da AAEA quando dava o seu subsídio sobre a essência de cidadania, na perspectiva de desenvolvimento e democracia.
Mulheres da Comunidade de Kicombo, reunidas durante o debate sobre questões ligadas ao planeamento familiar, aleitamento materno e prevenção contra as Infecções de transmissão sexual (ITS) e VIH/SIDA.

A DIMENSÃO DO APLICA EM 2008

Muito se fez em 2008 com os participantes nos municípios onde a Associação Angolana para Educação de Adultos (AAEA) intervém.
Sem desprimor para muitas realizações realçamos os trabalhos de campo efectuados pelas equipas técnicas e os encontros com as autoridades administrativas e tradicionais.
Eis a seguir os trabalhos mais salientes:
Sr. Joaquim Virgílio Gomes é administrador adjunto da Kibala e, segundo ele, o APLICA devolveu a auto-estima das comunidades



A aprendizagem de leitura e escrita já é um facto.








O regedor da Kibala Manuel Kitanganji foi uma das fontes que sempre esteve disponível para contribuir com o seu saber da realidade cultural da região.


O contacto com as participantes e líderes comunitários fortaleceu a auto-estima nas comunidades.


Coordenador do APLICA, em concertação com os sobas, no Amboim.
IMPORTÂNCIA DO ALHO
Desde a antiguidade, o alho tem sido muito apreciado. Os romanos, por exemplo, sabiam que o alho proporciona força e resistência para os trabalhos pesados. Por isso, davam de comer alho aos seus soldados antes das marchas fatigantes.
Na época actual, o alho aplica-se no combate às mais perigosas enfermidades intestinais.
O alho tem muita importância para a saúde humana devido aos seus efeitos na cura de:
-Bronquite, diarreia, hemorróidas, varizes, reumatismo que no meio rural se chama (ITENDA).
A aplicação do alho para efeitos medicinais é vasta, pois também serve para estimular o apetite, aliviar a prisão de ventre, cura febre tifóide, tosse, abcessos pulmonares, entre outros.
Como muitas pessoas, jovens e idosos, sofrem de vermes intestinais, indicamos o suco do alho como um dos melhores meios naturais para combatê-los.
Aquele que quiser proteger-se da calcificação das artérias, da pressão arterial e de um envelhecimento rápido, deve comer regularmente alho crú.
Não só isso, o alho elimina os velhos resíduos do organismo, facilitando seu trabalho e prolonga a vida.
Caso para dizer que devemos dar importância dos produtos naturais ao invés de preocuparmo-nos só com medicamentos químicos.

Afinal temos em mãos aquilo de que necessitamos.
Bom proveito!

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